IBERISMO
1 – VISÃO PORTUGUESA. A razão de ser desta tese nasceu, quando foi por mim iniciada neste jornal, “O Dia” 02/10/02, provocada pelos últimos suspiros do governo socialista, culminados com a sua expressão «pântano», e à constatação pelo governo que o substituiu – à medida que ia tomando conhecimento da situação herdada – da sua surpreendente expressão: «Portugal está de tanga...», chegando ao extremo, na voz de notáveis comentadores, do grito lancinante: «está nu...».
Mas houve mais. A chamada à realidade foi geral. A anterior situação de «vacas gordas» foi obrigada a «apertar o cinto». Emergiram juízos muito maus para a nossa auto estima com repercussão interna e internacional. Férteis são hoje as insinuações de incapacidade de, sozinhos, não nos sabermos ou não nos podermos governar, no actual regime democrático.
J. A. de Vasconcellos e Sá: «(...) não percebem a gravidade dos factos dos quais poderá resultar o indesejável regresso a um regime autoritário?!».
Victor Constâncio: «Em 1999, a produtividade portuguesa representava 65%,7 da média europeia, e poderá aumentar se os seus níveis se mantiverem; são valores abaixo dos níveis grego e espanhol, relegando a economia portuguesa par a cauda da tabela da produtividade da UE.
Vasconcelos e Sá, docente do ISEG: «A principal causa do deficiente nível de vida dos portugueses é a produtividade que é a mais baixa da UE qualquer que seja o indicador escolhido».
V. Pulido Valente: «Dia a dia rebentam escândalos da mais variada espécie, Portugal se não está ainda literalmente de tanga está de rastos, não há dinheiro para nada».
F. Louça: «Durão Barroso vai à Madeira inaugurar, pela segunda vez, o aeroporto internacional do Funchal com centenas de convidados, aviões fretados, almoçaradas, mostrar que em tempos difíceis há dinheiro para gastar com os amigos».
José Hermano Saraiva: «Vejo o país à beira da falência».
Lima Viana, num breve apontamento no “O Diabo”, 15/10/02, disse que um jornalista nascido na Alemanha e que vive há mais de 20 anos em Portugal lhe dizia: «não compreender como é que Portugal não anda para a frente. A falta de educação e civismo; a falta de cultura; a falta de iniciativa continuam a ser uma constante. Os dinheiros, os milhões, que vieram da CEE e continuam a vir da UE para o desenvolvimento da agricultura, da pesca, da industria foram todos, ou quasi, para abater barcos e fábricas e não para os substituir por outros mais modernos. Só a cidade de Vigo, na Galiza, tem uma frota pesqueira igual ou maior que a de Portugal inteiro. Em relação à agricultura, a fruta, os legumes até os tomates que comemos... vem tudo de Espanha. Os portugueses especializaram-se em greves e deixaram de trabalhar. Por qualquer fronteira por que entremos em Espanha vemos campos e campos, de pomares, de vinhas de pastagens».
Mendonça Júnior: A propósito nós recordamos que, nestes últimos quasi três decénios, todos os nossos maiores da administração, sindicatos e demais orgãos representativos do nosso querido país, como os primeiros responsáveis pela formação do patriotismo dos portugueses, repetem em refrão de cada frase: «portugueses, sois livres» mas nunca lhes ouvimos dizer: «portugueses, é preciso trabalhar».
São tristes os comentários que também incluem o nosso Presidente da República – figura cimeira socialista – que, como se sabe, acima da sua qualidade de cidadão é o Supremo Magistrado da Nação e o Comandante Supremo das Forças Armadas.
V. Pulido Valente: (...Jorge Sampaio) não goza em Portugal da menor autoridade, é um espectador passivo, que não se compromete».
V. Jorge Silva: «(...) mas penso que o Presidente deve concretizar o que entende por excesso de linguagem. De contrário, continuaremos no domínio da generalidade.
Paulo Cunha e Silva: «Sampaio nunca foi o mestre da clareza. A sua magistratura de influência sempre sacrificou a acutilância das intervenções cirúrgicas. É o mestre da crítica ambígua, do “looping semântico”, da acrobacia retórica. Só assim se entende que, perante as mesmas palavras, os mesmos recados, o Governo e Oposição tenham entendimentos completamente diversos. Sampaio desenvolveu uma retórica do silêncio e transformou a Presidência numa sinfonia atonal».
Luís Delgado: «O PR falou, naquela sua forma intrincada e difícil de perceber, das nossas dificuldades comuns, particularmente económicas, deixando antever, com já tinha feito em Itália, que é
preciso rigor, mas moderado, para não afectar ainda mais o País. Pena é que esse rigor e vigilância presidencial, não tivesse sido aplicado, em devido tempo, a Guterres e ao Governo socialista. Nessa altura, o PR nunca se mostrou preocupado com o que nos estava a acontecer. (...) ou se remete a um silêncio tumular e esquece-se das suas funções (o abandono das FA durante anos é um exemplo), ou, de repente, acorda, mas virado ao contrário, e dispara um “Scud” politicamente errático. Sampaio sempre alterou entre a lassidão do deixa andar, para não provocar ondas, e a intervenção amargurada e repentina, quando entende que os seus poderes estão em causa».
Walter Ventura: «Sampaio, por mais que se esquive, por mais que se esconda atrás de frases redondas (sem ponta por onde se pegue), os sarilhos vão ter com ele».
Luís de Camões: «O fraco rei faz a fraca gente».
MJ: Alguém com perfil de Ramalho Eanes seria uma excelente opção. Por ser de uma força anímica, e, suficientemente inteligente, capaz de perceber o que a seguir se cita.
C. Galvão de Melo: “O Diabo”, 26/11/02: O Chefe, (Sampaio) a qualquer nível da hierarquia, é sempre o primeiro e o último responsável por tudo o que se fez ou não se fez quando devia ter sido feito. Aquele que esta verdade não entender e assumir não pode ser Chefe.
MJ: O que não sucede, como sabemos, com Jorge Sampaio e que comentamos, nem sempre “à boca pequena”, pelo respeito que nos deve merecer a Primeira Figura da Nação, que teria de ser de acordo com o seu constante sublinhar que é o «presidente de todos os portugueses». Será? A dúvida é reforçada todos os dias! E porquê? Porque Jorge Sampaio, mesmo sem uma real forte batuta disciplinadora, não sabe ditar com isenção, bom senso e coragem, em espaço e tempo, sem ser ditador.
Mas então, como justificar o seu elevado índice de popularidade? A razão parece ser muito simples e que se sintetiza uma expressão da gíria popular: “é um gajo porreiro”, à qual se acrescenta, de um finíssimo trato e notável senso de humor. E mais, o seu incansável esforço nas Presidências Abertas.
São uma modalidade de intervenção presidencial, inventada por Mário Soares, com o fim de mostrar as fragilidades nacionais. Foram, a seu tempo, também, para alfinetar o governo de Cavaco Silva. Aprovadas por Jorge Sampaio, – à imagem dos «ouvidores do rei», – são actualmente muito positivas mas continuam a proporcionar um segundo benéfico objectivo – como regra de crítica à governação – através de um hábil empolamento das queixas do Zé Povo. De tudo isto, não esquecer que aos assessores do PR, cabe uma importante responsabilidade. Apostarei, que a única observação que se atreverão a fazer não irá muito longe de qualquer coisa como: “Senhor Presidente, saiba Vossa Excelência que, respeitosamente, os sapatos de golfe de bicos «rosa» que usou ontem lhe ficavam melhor...(!?)”.
Perante o quadro pessimista citado, calculem, há quem defenda a entrega total do nosso querido país.... (? !). Isto é, passarmos a ser mais uma província dos “nuestros hermanos”, – baseados em razões históricas dos primórdios da nossa independência, – o que, para nós, está totalmente fora de questão. Outros vão mais longe. Dir-se á, quasi em termos de facto consumado.
J. Hermano Saraiva: «Vejo o país à beira da falência». Estamos em risco de ser uma província de Espanha? Respondeu: «Já somos. Por enquanto, há uma independência formal mas em breve, por uma conflagração que se adivinha, seremos um Estado Ibérico. Já não temos meios para nos bastarmos a nós próprios. É como um doente em quem cessou a produção de glóbulos vermelhos. Portugal voltaria a lutar pela independência? Respondeu: «Já ninguém luta. A independência é quando há um projecto. Qual é hoje o projecto nacional português? Os portugueses perderam tudo! Então o país foi-se abaixo! Este país está a desaparecer! Perdeu-se a independência. Portugal morreu, foi isso».
MJ: Mas será tanto assim? É lugar comum ouvir-se que o trabalhador português é exemplar no estrangeiro. Porém, os próprios explicam essa verdade: «Lá, não se brinca em serviço. Lá, não há facilidades em atestados médicos ou absentismos...». Lá, funciona o chicote... a porta aberta do despedimento». O que se confirma. O nosso “camone”, aqueles que regressam em “vacances” definitivas, pôem logo uma mão e a outra atrás, com as palmas viradas para cima, juntando-se alegremente (febras e vinho) às manifestações revindicativas e greves para exigir mais pão e menos trabalho.
A quasi totalidade dos portugueses já nascem cansados e... sem um estímulo... “deitam-se”. É evidente que nem sempre o conseguem como na caricatura «daquele que lavrava a sua terra sentado porque já tinha experimentado faze-lo deitado... e não resultava».
A sua eficiência genética já não é a de antanho, Tem vindo a deteriorar-se desde o século XVII, pelas guerras, doenças, isolamento, consanguinidade. Todos os índices comparativos da Europa o confirmam. A prova real do valor de um povo, suas qualidades e defeitos medem-se quando é sujeito ao risco máximo da sobrevivência.
Luís Mira, DN 21/02/02: «Qual foi o teatro de guerra, onde as Forças Armadas portuguesas tenham participado em defesa do país e que não tenham fugido derrotadas?
MJ: De tudo isto concluímos que não é possível aos os cerca de 300.000 a 500.000 portugueses do continente de todas as classes sociais do melhor que há a nível europeu, Cm 21/01/99, conseguirem-se orientar, para uma feliz vivência; nos restantes nove milhões onde imperam uns tantos e muitos “deficientes”. Refiro-me a tantos e tantos responsáveis pelo nosso baixo estrato concorrencial onde imperam: os “pé-rapados”, incapazes do mais pequeno sacrifício patriótico (mesmo que temporário); os do “colarinho branco”, que fogem ao fisco; os que, nos passeios, “cospem para o ar” e não limpam os “dejectos dos seus animais de estimação; os que, nas estradas, “matam e morrem”... Isto para mencionar, os que enegrecem o orgulho de ser português
Conclusão: há que melhorar a raça complementada pela educação. Um processo que levará gerações. Até lá, os tais “geneticamente privilegiados” terão que negociar com os seus conterrâneos, sabiamente, com a maior firmeza, mas atenção... moldados no tradicional “coitadinho” e “brandos costumes” para evitar a anarquia.
Porém nos últimos anos, através da imigração de povos do Leste, tem surgido a esperança, que se vislumbra pelos adultos, seus descendentes e cruzamentos com os indígenas lusos. Não é nada de admirar nem de ficar chocado. Isto sucedeu nos países desenvolvidos. Se quiserem recordar exemplos mais espectaculares olhem para os EUA e para a Austrália. Aqui, por favor, Amigos! Tenhamos o bom senso de substituir o racismo por realismo. O momento é demasiado sério para se compadecer com controvérsias demagógicas. Trata-se de encarar a suprema verdade da natureza da melhoria evolutiva das espécies na qual a humana não é excepção.
Após estas dolorosas opiniões, profunda reflexão e com o maior respeito pela idiossincrassia dos portugueses, – temperamento peculiar de cada indivíduo, – especialmente dos que sempre viveram em Portugal Continental – onde a pressão dos 800 anos da nossa História são o bálsamo que sustém o consolo e o orgulho, que o presente renega todos os dias, não dando muitas esperanças para encarar o futuro das tempestades dos “novos ventos contemporâneos – cheguei a uma conclusão. Que é nosso dever encarar a crise, com dor e desespero de causa, é certo, por uma opção regeneradora, tal qual outros povos o fizeram em situações idênticas, quando decidiram unir-se.
Como sabemos, há vários tipos de uniões. Contudo , Amigos, um alerta. Para além do muito que há a ganhar, há sempre um tanto a perder, como sucedeu na nossa entrada na UE. Onde a concorrência é já muito grande e irá aumentar muito em breve com a entrada do Leste.
Entretanto, o que fazer? Com quem nos unir? Academicamente, passaríamos a ser o 51º estado federado dos EUA? Que já se encontram nas Lages onde, podeis crer, de lá nunca mais sairão! Ou da Grã-
-Bretanha, facilitada pela aliança, apesar das más lembranças, com a Inglaterra?
Decidi por uma união com os nossos vizinhos. Não por um confronto directo das suas soberanas independências, – que nem sempre deixaram de se envolver em sérias crispações, – mas, pelas suas respectivas regiões, num novo ganho global através de uma tese a Federação de Estados, a União Ibérica, a debater no “O Dia”. Até porque, ambos, já vão dando um ar da sua graça. Do lado de lá, como prova o Fax Nº 2002/3204 da Conselheria de Economia e Comercio da Embaixada de Espanha-Lisboa, 04/09/02, que transcrevo: «No entanto, estimamos que são à volta de 2.500 as empresas instaladas em Portugal com participação de capital espanhol, nos sectores mais variados: construção, serviços financeiros e de seguros, industria e distribuição, sendo que em muitas situações se trata de pequenas delegações abertas em Portugal par facilitar a distribuição de produtos espanhois para este país. Do lado de cá, porque já não estamos totalmente a dormir.
Martins da Cruz: «poderão ser ainda numericamente poucas as empresas portuguesas em Espanha, mas nos últimos cinco anos elas fizeram investimentos superiores a dois milhões de euros». Além de que, acrescentou o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros: «cada português gasta por ano mil euros em produtos espanhóis, três vezes mais do que gasta em produtos franceses e sete vezes mais do que gasta em produtos alemães. E que os nossos investimentos líquidos em Espanha são já superiores aos espanhois em Portugal». O nosso ministro finalizou: «o futuro não é apenas a instalação de empresas portuguesas e catalãs em um ou outro lado da fronteira, mas que a instituição deve servir para juntos ensaiarmos caminhos fora da península a fim de se explorar, em conjunto, mercados terceiros, onde a nossa mais valia conjunta fará sentir-se».
Jorge Sampaio, sustenta serem oportunas parcerias privadas: «quer no contexto peninsular quer dirigidas a mercado de terceiros. Há que valorizar positivamente a importância e o potencial que nos oferece este mercado aberto e esta nova dimensão económica e empresarial». Isto afirmado no dia, 05/10/02, em que homenageou, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, Rodriguez Ibarra o presidente da Junta da Extremadura da província espanhola.
F. Xavier de Brito: «A existência de uma federação dava a possibilidade à actual Espanha resolver as tendências independentistas dum País Basco, duma Catalunha, duma Galiza e de outras, teria maior facilidade com os países do nosso ex-Ultramar através de Portugal, veja-se as dificuldades que espanhois e brasileiros têm tido para se implementarem».
MJ: Entretanto temos vindo a assinalar algumas opiniões de duvida, preocupação, e de repúdio. São as que mais nos interessam nesta fase. Concretamente de certos políticos e de alguns militares. Será por temerem vir a ganhar menos, – subsídios e altos salários, – das suas actuais missões ao estrangeiro? Mas, há razões, que merecem o maior respeito.
Carlos Gomes no “O DIA”: «(...) a actual geração está prestes a desbaratar oitocentos e sessenta anos de História (...) num projecto que mais não visa do que o nosso suicídio enquanto nação livre e soberana».
MJ: Nesta última síntese vislumbram-se duas razões contrárias ao desenvolvimento da tese da União Ibérica, ainda minoritária mas a provocar profundas reflexões,
São elas: a «perda da memória das glórias do passado», o que é altamente contrariado, pela intocabilidade dos acontecimentos relevantes da nossa História, de que todos nos orgulhamos; «a perda da soberania», o que é altamente contrariado, pelo exemplo, que alegremente já demos, da nossa geral aceitação à União Europeia.
Se a elas juntarmos a falta de coragem, de certos portugueses, temos o quadro negativo completo: o «mêdo do papão espanhol», o que é altamente contrariado, pela nossa geral aceitação no que estamos aceleradamente a importar, dos “maus ventos e casamentos...” Resumidamente: os investimentos (mais produtivos), os serviços (mais eficientes), os produtos (mais baratos), a criação de postos de trabalho (mais selectivos e melhor remunerados).
É a evidente contradição entre o peso dos pontuais confrontos do passado, de má memória, e as mordomias do presente e as que se avizinham. O que será resolvido, pela União Ibérica, por um ganho de uma maior soberana independência através da «união faz a força». O que em termos de «ovo de Colombo» será irmanando a visão histórica dos povos ibéricos, de maneira que vá ao encontro dos desejos ou exigências das populações envolvidas.
Concretamente: o território continental português, o nosso querido país, onde não há tendências separatistas, será um dos estados federados, Lusitânia; no continente espanhol, os estados federados serão os actuais, País Basco, Catalunha, Galiza, Andaluzia; a porta estará aberta para os outros inclusivé para a Castela Monárquica; as ilhas de ambos os países, Açores, Madeira, Canárias e Baleares, juntar-se-ão, também, como estados federados da União Ibérica.
Como vantagem incomparável evitar-se-ão fugas independentistas. Será uma saída, sim, “dos filhotes das casas dos seus progenitores”, mas, para toda a família passar a viver no mesmo castelo, de condomínio fechado, para uma nova vida, sob os seus distintos mantos das glórias do passado.
R. Correia de Freitas: «Água mole em pedra dura tanto bate até que fura».
MJ: Aqui está, Amigos, «a razão de ser» da tese da União Ibérica que está a ter uma aceitação muito acima do que se esperava. Veremos quanto ao futuro que aqui no “O Dia” reportaremos. À medida que os dias passam, as reacções a favor, “boca a boca”, aumentam assim como, ainda timidamente, na nossa Comunicação Social. Já estamos a ser ávidamente questionados para se saber o que se pensa do “lado de lá da fronteira”. Fronteira essa que, como sabemos, só virtualmente existe por força da: «livre circulação de pessoas e bens» dos povos da UE.
2 – VISÃO ESPANHOLA. Não é propósito da tese da União Ibérica “meter a foice em ceara alheia”, para além de análises comuns de generalidade. Por agora reportamos um interessante indício, que se verga perante o tal «peso do confronto histórico» mas, curiosamente, sugere uma maior aproximação nos termos que defendemos...
Jordi Pujol: «(...) a Península tinha dois sentimentos negativos, a arrogância de Castela e a suspeição de Portugal». Porém no DN, 17/10/02, quando o entrevistador Carlos Albino afirmou: «Em Portugal há uma corrente, parece que minoritária, que preconiza um federalismo ibérico», o Chefe do Governo da Catalunha disse não aceitar... retorquindo que a Fundação Catalunha-Portugal, – presidida por Artur Suqué e secretariada por Carmo Dalmau, – sugere que «para além do conhecimento recíproco para uma maior cooperação (com a Catalunha), teremos uma actuação conjunta com países terceiros». Mais adiantou, que já estão no Brasil e no México, «mas estamos ausentes de Angola; para nós África passa por Portugal e não rejeitamos a ideia da fundação ter a possibilidade de entrarmos no continente africano».
MJ: Para finalizar, por hoje, um alerta de Carlos Azeredo, através de um extracto de uma carta que transcrevo na integra, com a sua autorização: «Antes de terminar, quero dizer-Te que, porque Te conheço e sei que amas o nosso Portugal, não me escandalizei com as tuas opiniões sobre a União Ibérica, mas não podes estranhar que quem não saiba das tuas qualidades se admire de ver um Militar que jurou defender a sua Pátria “até à última gota de sangue”, preconizar tal união». Ao que eu respondo: Senhor General, é exactamente isso que, novamente, eu estou a fazer, agora, trocando a espada pela pena.
(*)Coronel de Cavalaria
Publicação no Jornal “O Dia” em 10/01/2003.
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